quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Louis Armstrong e Ella Fitzgerald Juntos

Temos hoje vários encontros de uma das mais celebradas duplas de todos os tempos: Louis Armstrong e Ella Fitzgerald. Dois timbres vocais totalmente opostos; dois gênios da música.

Louis Armstrong (Nova Orleans, 4 de agosto de 1901) é a "personificação do Jazz". No trompete, um músico brilhante, ousado, intuitivo, passional e virtuosíssimo, que participou da “formatação” do que se definiu como jazz; sintetizou e aprofundou todas as influencias e conquistas da época, as traduzindo em seu som eterno.
Seu carisma e o “trovão” de seu gravíssimo e áspero timbre (ele tinha calos nas pregas vocais) o tornaram um cantor de grande popularidade. Seu canto, assim como seu trompete, também é um marco de transformação no jazz. Muito lembrado por popularizar o scat singing, era muito mais: um cantor sensível e vivo, profundo e humano.

Ella e Louis se encontraram em 1956 com The Oscar Peterson Quartet; em 1957 com "Ella e Louis Again" (continuação do primeiro encontro) e de novo em 1957 em Porgy and Bess 1957 – gravação antológica da “ópera jazz” homônima de George & Ira Gershwin e Du Bose Heyward. Em 1959 foi lançado "Our Love Is Here To Stay - Ella & Louis Sing Gershwin". Em "The
Magic Duets" há outras gravações envolvendo ambos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

The Tony Bennett Bill Evans Album - 1975 Together Again - 1977

Tony Bennett (3 de agosto de 1926 em Nova York) ainda criança, com a ajuda de um tio sapateador, começou a cantar para sustentar a família, pois perdeu seu pai quando tinha apenas 10 anos de idade. De ascendência italiana, trabalhava como garçon-cantor em restaurantes italianos de Nova York quando tinha como hábito imitar com a voz os solos de famosos músicos da época. Paralelamente estudava música, desenho e pintura. Em 1949 a cantora Pearl Bailey o ouviu e convidou para abrir um de seus shows, onde conheceu Bob Hope, que o convidou para o acompanhar na sua turnê.
Lutou na Europa no final da Segunda Guerra. O estudo de canto lírico deixou marcas em seu estilo, que começou a se aproximar do jazz em meados da década de 1950, quando se tornou o primeiro crooner masculino da banda de Count Basie, com quem fez 2 ótimos discos. Já nos anos 70, ele criou um selo próprio, o Improv, pelo qual lançou os dois discos que trago para vocês agora, em companhia do excepcional pianista de jazz Bill Evans (Plainfield, 16 de agosto de 1929) cujas harmonias impressionistas, fraseado elegante e inventivo influenciaram gerações de pianistas desde os anos 50. Sua mãe era pianista amadora e ele teve formação clássica ao piano aos 6 anos de idade. Nos anos 40, tocou boogie woogie em vários clubes quando recebeu uma bolsa na Southeastern Louisiana University. Também estudou composição na Mannes College of Music.
Em 1958, Evans era o único músico branco no afamado sexteto de Miles Davis. Durou pouco (8 meses) mas foi uma das colaborações mais frutíferas da história do jazz de onde nasceu o álbum Kind of Blue (lançado em 1959), do qual participaram também Cannonball Adderley (saxo alto), John Coltrane (saxo tenor), Paul Chambers (baixo) e Jimmy Cobb (bateria). A Kind of Blue é o álbum mais vendido da história do jazz.
Tony é um cantor de grande sensibilidade, mas de carater sanguíneo, voltado para fora, um artista de palco, com voz potente e interpretações exuberantes. Evans era delicado, contido e introspectivo. Mas o encontro rendeu dois belíssimos discos.


The Tony Bennett Bill Evans Album - 1975

Together Again - 1977

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"The Audience With Betty Carter" e "I Can't Help It"

Betty Carter (16 de maio de 1929 em Flint, Michigan) foi uma das mais singulares cantoras de todos os tempos. Versátil, bem humorada, de personalidade fortíssima, irredutível quanto ao seu gosto musical e expressividade independente. Experimental, trabalhava sempre com músicos muito jovens (quase todos com menos de 20 anos) de grande talento que ela descobria e “lapidava".

Começou a cantar adolescente na banda de Charlie Parker, mentindo a idade. Depois cantou também com Dizzy Gillespie, Miles Davis e Lionel Hampton, com quem desenvolveu sua habilidade no scat singing e aprendeu como liderar uma banda, para extrair suas idéias musicais. Era também compositora e pianista.

Nunca se rendeu a concessões e era por isso considerada por muitos, inclusive colegas de peso como Carmen McRae e Sarah Vaughan, como a única cantora de jazz autêntica. Tinha extremo domínio de sua voz grandiosa, que alcançava graves de um barítono. Envolvia com variações interessantíssimas de dinâmica, alterando o andamento dramaticamente e surpreendentes desconstruções melódicas. No palco mostrava toda sua visceralidade de intérprete.

Sua peculiaridade estilística e a profundidade de pesquisas e experimentações a tornaram uma cantora tida como difícil, e poucas vezes com grandes sucessos de vendas e reconhecimento público, mas em sua última década de atividades recebeu grandes homenagens à sua trajetória.

The Audience with Betty Carter de 1979 é um disco duplo ao vivo, considerado pela crítica uma das mais elaboradas performances de jazz vocal já gravadas. E realmente é um assombro. A faixa inicial tem 25 minutos, com um scat solo épico que faz a vida valer a pena! Tem várias composições de Carmen e “My favorite Things” de Rodgers e Hammerstein, encerrando com "Open the Door”, sua marca registrada. Foi lançado pelo seu selo próprio Bet-Car Records e relançado pela Verve.
I Can't Help It é uma coletânea de1992. Contém todas as faixas de seus discos de 1958 e 1960: Out There with Betty Carter e The Modern Sound of Betty Carter, respectivamente. A faixa título foi a sua primeira composição gravada.



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Every Day: The Best of the Verve Years - 1993


Joe Williams (12 de dezembro de 1918 - Cordele, Georgia) cresceu em Chicago, onde os negros formavam uma rica cena musical. Como grande parte dos maiores cantores de jazz, estudou piano e cantava no coro da igreja. Passou por varias bandas, como as de Coleman Hawkins e Lionel Hampton, depois ficou na de Count Basie de 1954 a 1961. Um cantor sofisticado de blues e standards, de voz potente, precisa dicção e muito balanço.
 
Esta coletânea da Verve com seus maiores sucessos, incluindo “Every Day (I Have the Blues)” de Menphis Slim, sua marca registrada, apresentou o cantor a novos públicos nos anos 90.

VOLUME 1
VOLUME 2