domingo, 31 de janeiro de 2010

Sarah Live Tivoli 1963 & Ella Live Berlin 1960

Ella e Sarah
O jazz faz-se pela improvisação e nada mais empolgante que um show de jazz ao vivo. Trago dois extraordinários registros de duas grandes cantoras americanas na Europa: Ella em Berlin e Sarah em Copenhagen.
Sarah Vaughan (27 de março de 1924), The Divine Sassie, começou a estudar piano e cantar no coral da igreja aos 7 anos e adolescente já se apresentava em clubes de Newark como pianista. Assistia a shows de jazz em New York e numa noite de 1943 ela tomou coragem e se inscreveu como cantora num concurso do Apollo Theater, no Harlem. Ela ganhou o primeiro prêmio com direito a uma semana de apresentações no teatro, durante a qual conheceu Billy Eckstine e Earl Hines e iniciou sua carreira. Nas orquestra de Hines e Eckstine teve contato com músicos geniais no início do bebop como Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis e Dexter Gordon.
Sua carreira solo, a partir de 1945, teve impulso com a aproximação do trompetista George Treadwell que cuidava da sua direção musical e cênica, além de incentivar uma bela mudança no visual da cantora. Eles se casaram em 1946 e ela logo assinou contrato com a Columbia Records, com grande sucesso popular . Em 1953 ela se transferiu para a Mercury Records, onde encontrou liberdade para fazer trabalhos de cunho mais jazzísticos, tornando-se uma das mais importantes cantoras de todos os tempos.

Em 1963, após uma breve passagem pela Roulette Records, de volta à Mercury, seguiu para a Dinamarca com o produtor Quincy Jones, onde gravaram este belo trabalho, 2 horas de música em 4 apresentações no Tivoli. A riqueza de suas interpretações e nuances vocais emocionam. Uma cantora de nível técnico praticamente inalcançável.

O disco de Ella é um dos mais impressionantes registros ao vivo que eu conheço. Ela estava inspiradíssima neste concerto em Berlin, 1960. O repertório é excepcional do início ao fim, com grandes sucessos dela como “How High the Moon”(com citação de “Omithology” de Charlie Parker no fantástico scat), “Summertime”e “That Old Black Magic”. Também a divertida e apimentada “Lorelei” dos irmãos Gershwin e uma inesquecível “Mack the Knife” de Brecht & Kurt Weil, em que ela esquece a letra no meio da apresentação e continua cantando, improvisando o texto com muito bom humor. Não sei se ela realmente esqueceu a letra, ou se foi “armado” durante os ensaios, mas de qualquer forma é GENIAL!!


sábado, 23 de janeiro de 2010

Nat "King" Cole Trio - After Midnight The Complete Sessions - 1957


O pianista e cantor Nat “King” Cole (17 de março de 1917/1919 em Montgomery, Alabama ) era essencialmente um músico de jazz, tendo sido um dos principais responsáveis pela transição da chamada “idade de ouro” do jazz para a “era do swing”, mas ficou muito conhecido por interpretações de canções pop de grande sucesso.
Um dos artistas mais influentes de nosso tempo, uma voz que impressiona pela beleza e elegância, um timbre aveludado que se reconhece instantaneamente. Seu fraseado, mesmo quando cantava baladas da forma mais envolvente, tinha sempre por trás o forte instinto do swing .
After Midnight, álbum de 1957, é um exemplo de seu talento ímpar e de sua afinidade com a linguagem jazzística, um excepcional registro do Nat “King” Cole Trio (Nat ao piano, Johnny Miller no contra baixo e Oscar Moore na guitarra) com Juan Tizol (trombone-de-válvula), Harry Edison (trompete) e Stuff Smith (violino) e a orquestra de Count Basie em “Welcome to the Club”.

THE COMPLETE MIDNIGHT SESSIONS 1957

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Jazz Brasil - Jazzy Singers

Dick Farney
Jane Duboc
Flora Purim
Maysa

Mais uma coletânea Jazzy Singers: desta vez trazendo gravações de cantores brasileiros para standards americanos. Há desde cantores muito à vontade com esse repertório, como Dick Farney, Leny Andrade e Carlos Fernando, até surpresas como Maria Bethânia cantando "What's New?" de Johnny Burke & Bob Haggart.

Caetano Veloso
Cauby Peixoto
João Gilberto
Eliana Pittman
Carlos Fernando, primeiro vocalista da banda Nouvelle Cuisine
Aparecem ainda: Gal Costa, Dolores Duran, Rita Lee, Leila Maria, Eliana Pittman, João Gilberto, Maysa Matarazzo, Flora Purim, Ithamara Koorax, Marisa Monte, Rosa Maria, Zizi Possi, Johnny Alf, Ivan Lins, Sylvia Telles, Marina Lima, Boca Livre, Tania Maria, Luciana Souza, Tom Jobim, Leny Eversong, Elza Soares, Bebel Gilberto, Milton Nascimento, Rosa Passos, Miúcha, Cazuza, Nara Leão, Paula Morelenbaum, Eliane Elias, Angela Rorô e Zélia Duncan. Alguns artistas que dedicaram trabalhos inteiros à música americana, como Caetano Veloso, Cauby Peixoto (tributo a Frank Sinatra), Leny Andrade e Jane Duboc (tributo a Ella Fitzgerald), aparecem em várias das faixas selecionadas.

DOWNLOAD AQUI CD1

DOWNLOAD AQUI CD2

DOWNLOAD AQUI CD3

Ithamara Koorax
Leny Andrade
Gal Costa

The Complete Anita O'Day Verve Clef Sessions


Anita O'Day (18 de outubro de 1919, Los Angeles) começou a cantar ainda menina e logo conheceu o sucesso, ao lado do baterista Gene Krupa.

Loiríssima, atrevida, maliciosa, divertida, quase agressiva: "A Jezebel do Jazz". Sua voz marcante, rouca, foi danificada por uma cirurgia na infância que lhe extraiu a úvula (o "sininho" da garganta) e lhe rendeu uma dificuldade para segurar notas longas e fazer uso do vibrato, efeito usado exemplarmente por todas as grandes cantoras de jazz de seu tempo. Essa adversidade foi sabiamente transposta com uma avalanche de notas curtas encadeadas com grande inteligência rítimica e melódica que caracterizam seu grande estilo. Diga-se: quando ela estava em boas condições vocais, os vibratos saiam, sim! E ela cantava notas longas, sim! A despeito de toda sua "porralouquice", teve uma longa carreira até sua morte em 2006.

Miss O'Day ao ar livre e à luz do sol incendiou o Festival de Newport em 1958:
Aqui temos uma coleção imperdível de 9 CD’s, com todo o seu material pela Verve.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ella Fitzgerald Sings the Harold Arlen Songbook - 1961

O segundo songbook de Ella Fitzgerald apresentado pelo Jazzy Singers é o do compositor Harold Arlen (1961), meu favorito ao lado do dedicado a Duke Ellington.
Harold nasceu em Buffalo, Nova Yorque em 15 de fevereiro de 1905. Compôs mais de 500 canções, entre elas inúmeros clássicos absolutos que aparecem neste songbook, com inspiradíssimas letras, quase sempre de Johnny Mercer e Ted Koehler. Sua composição para “O Mágico de Oz”, “Over the Rainbow”, foi considerada a canção número 1 do século 20. Era também cantor, arranjador e pianista.
O disco tem arranjos esfusiantes de Billy May, com capa desenhada por Henri Matisse, um luxo! O repertório é inacreditável, um desfile de peças lindas e eternas, com Ella cantando com todo seu vigor e beleza.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

The Complete Billie Holiday on Verve - Parte Final - volumes VII, VIII, IX e X


E finalmente temos os 4 últimos CD's do box com todas as gravações de Billie Holiday na Verve, de 1945 a 1959, compreendendo a última fase da carreira da cantora. Ela passou também pelos estúdios da Columbia, da Commodore e da Decca. Cada uma dessas fases com suas características estéticas, de arranjo, de produção, com uma pesquisa de canto diferente, cada fase num diferente momento histórico e pessoal da cantora. Toda essa discografia já está disponível em CD's que logo estarão aqui no jazzy Singers.

Bom proveito com música da melhor qualidade na voz "agridoce" da monumental Lady Day!